sexta-feira, 31 de agosto de 2012

AMARGA DOCE VIDA...

Chegamos no fim de Agosto, hoje..  31. Não foi fácil sobreviver ao dia de ontem, quando pela manhã ao escrever algumas linhas sobre o disparate da contratação desse governo, do artista Amado Batista, pela bagatela de R$ 210.000,00 ( Duzentos e Dez Mil Reais), no auge de toda essa crise, isso sem contar as despesas com sonorização, iluminação, "pessoal de apoio" etc. me deparei com a notícia da passagem do meu querido amigo Jorge Cardoso..inclusive muito conhecido pelo citado artista acima. Devo dizer que não sou contra o consagrado cantor contratado, que tornou-se freguês do Estado, mas sim a essa farra do dinheiro público que já virou rotina desse governo o que não dá para aceitar calado. A nossa cultura, notadamente a música autoral, está sendo dizimada, humilhada, desrespeitada, sem incentivo por parte desses governantes que há quase duas décadas debocham e pisam sem dó em nossas cabeças. Não se tem trabalho e quando os músicos e produtores culturais partem desesperadamente para a iniciativa privada em busca da sobrevivência, enfrentam de forma desumana esse rolo compressor governamental, agora quase que diário (eleições à vista...) com esses mega eventos às custas do nosso dinheiro e que sinceramente já encheram o saco de muita gente, "deles", de dinheiro e o nosso de tanta paciência ..e haja paciência. E o pior, tudo nestas festas é previamente contratado antes do processo licitatório ( o licitante ganha...mas..não leva...não administra...) e  na maioria das vezes os custos desses serviços apresentados são discutíveis.. Para se ter uma ideia, eu particularmente, estou há um ano, isso mesmo, há um ano, mendigando, tentando receber da FEM a mixaria de R$ 13.740,00 ( treze mil setecentos e quarenta reais) que me é de direito, pois é um valor oriundo do fundo de cultura, recursos destinados ao Projeto  HELOY DE CASTRO AMAZÔNIA, aprovado por essa Lei de Incentivo. Só recebi até o momento após incessantes peregrinações pelos corredores e salas da Fundação, a indiferença, descaso, adiamentos injustificáveis, enrolação e prepotência por parte dos pseudos "gestores" culturais. Realmente não tem ser humano que resista. Por fim, em meio a toda essa desigualdade enfrentada por essa vida, colocada por quem não deveria fazê-la, fui me despedir de Jorge Cardoso. Me senti exausto, desanimado, o coração apertado, procurei a todo custo conter o choro; fiz minhas orações... me afastei... e aqui estou, em nome dele e de tantos outros artistas injustiçados,  convicto ainda mais que é preciso lutar... que "a luta continua" .. ."vamo q vamo"..a vida é "doce, a vida é breve demais"..."tamos aí..em pé sem cair"..
 Heloy de Castro
Músico,Compositor/ Guerreiro/Bel. em Direito e Comunicação Social

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